terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Posto, Não Posto, Postei...


O monstro desgrAMADO¹

Hoje eu te procurei, te catei
Procurei em baixo de caracóis e não te achei
Hoje eu te vi, todo diferente, parecendo gente; deplorei
Baixei meu olhar pra você não notar que eu estava a te fitar
Queria te engolir, te matar, te castrar
Para nunca mais com outro alguém eu te encontrar
Quanto ódio eu tenho de ti
Pelo monstruoso crime que cometes ao teu amor não me dar.

É só isso...

1 Expressão que eu roubei de pretinha.

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Desde que o samba é samba é assim...

Ando numa fase meio samba da vida.


Por isso, preciso falar desse vídeo/música que tanto me encantou todas as 7 vezes que o assisti de ontem à hoje.  A letra de O mundo é um moinho é sem igual, e como todo bom samba, é triste, grita filosofia. Mas esse chorinho é mais que um bom samba, a letra, a voz do Cartola tem algo de mágico que eu não sei explicar;  é sem dúvida uma das melhores músicas que já ouvi na vida.
To sem inspiração hoje pra escrever, por isso vou deixar que  Cartola fale por mim. E falará de um geito que mesmo que eu tivesse vivenciado todas guerras, passado por todas as misérias, todas as torturas medievais, ou tivesse sido a Julieta de Shakespeare não conseguiria!


"O mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos, tão mesquinhos. Vai reduzir as ilusões a pó."

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Devaneando

Eu, que não me decido, eu que não sei o que quero, eu que já tive amor e no entanto o recusei, eu que hoje sofro pelo o que um dia esnobei, e que no entanto não me espantaria comigo Mesma(s) se o tivesse novamente, e novamente o recusasse.  
Tenho alma de poeta, pertubada, pagã, melancólica; na tristeza vejo beleza, uma beleza que não é bonita, mas é atraente e viciante,  outro poeta já dizia "tenha cuidado com a tristeza,  é um vício"¹.
Também sou inconstante, inquieta e sossegada, silêncio e multidão. Nada me alegra, tenho tudo e tudo me falta. Vivo com medo de ser  o vazio de um grande nada.

³
O poema que vem a seguir vai dizer quase a mesma coisa ao que você acabou de ler (leia-se eu e mais três amigas), ou talvez diga tudo ao contrário, e mesmo assim complementa com vivacidade minhas palavras, porque sou eu transbordada em palavras , dessa vez em versos, e qualquer coisa que me descreva,  sendo contraditórias ou não, são indissociáveis porque também são Eu(s).
Traquininha

O queres tú menina!?
Porque não te decides!?
Porque és tão insolente!?
...
Tú não te contentas com nada!
Pedes alegrias;
Depois não a queres.

O que queres menina?
Te dei amor,
Tu não quizeste.

Decides então!
Diga-me o que queres, agora!
Tu que já provastes de todas as sensações.

Amor;
Dor;
Solidão.

Viva! Deixe-me viver menina!
Cresca,
Deixe-me ser feliz.

Tanto já me fizestes sofrer,
Pare um pouco,
Reflita!

Um instante só!
Amadureça comigo,
Eu quero ser feliz.

Eu quero amar!
Eu quero ser amada!
Eu quero ser amor.

Não brinque com o amor
Ele tem mágoas de você
Ele se fortaleceu, e vai te machucar menina!

Ame!
Eu te dei tudo o que pediste,
Tu não me deste escolha.

Continue!
Porque paraste?
Sai dai!

Venha cá!
Agora!
O hoje não pode mais esperar.

Nati Ramalho²


1 Poe
2 Nega
3 E a imagem o que é que tem a ver? Eu não sei, mas gostei e postei!

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Meros devaneios tolos a me torturar...

O fato que vai seguir, é uma crônica/poesia/seiláoque de Aylta Benadeti. Esse, no entanto, não é uma crônica/poesia/seiláoque qualquer, pois é mais do que como se fosse alguém que  vigia os meu passos e me descreve, é como se quem a escreveu vivesse dentro de mim. 


Fatos
Tem fatos que acontecem em certos dias que não dá para fugir
Um fato é algo concretizado, comprovado e evidente
E por mais que você passe o dia fugindo dele
Parece que ele insiste em te perseguir.
E você lá tentando a se esconder, por trás de uma risada com os amigos
De uma música, fazendo dívidas, bebendo um vinho barato,
 Mas não adianta, o fato está lá,  no sub ou na emergente consciência
Ele parece gritar dentro de você, o torturando, o deixando sem saída, trêmulo e com o coração em estado de choque, mesmo assim a saída sem saída é aceitar momentaneamente o inaceitável, e o fato inaceitável torna-se com o tempo suportável, porque aceitável mesmo acho que nunca será.  E torna-se suportável através do choro que tem a magia de amenizar qualquer dor. 
E é nesses versos sem o compromisso estreito de falar perfeito, coerente ou não, sem o verso estilizado, o verso emocionado que falo dos fatos que atormentam a minha razão.
Aylta Bernadeti

E é bem assim que me sinto nos últimos dias: torturada por fatos, imagens, falas e até mesmo postagens no  facebook. E o pior de  tudo é que você  não consegui fugir dele(s), aqui ou no Alasca o fato vai te acompanhar, porque assim como a Aylta o fato também parece estar dentro de Mim(s).

Curta e grossa

Posso falar sobre o estado o qual me encontro hoje com apenas uma frase, que não é minha, mas que, como tantas outras coisas que já foram escritas, cantadas e/ou encenadas por velhos desconhecidos parecem estar falando de Mim(s). Como se antes de serem escritas por esses velhos desconhecidos, eles tivessem  vigiado cada passo meu, é como se já me conhecessem há anos, mais que isso, fossem meus amigos íntimos. 


Não consigo ser esperta antes de testar todas as infinitas possibilidades de ser idiota.

Tati Bernardi


É, mulher parece que tem esse lastimável dom de testar/tentar até que se esgotem todas as possibilidades de ser idiota!

Qualquer semelhança é mera conhecidência! 

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sou tão indecisa que não consegui decidir por um tílulo!

Este blog é para falar integralmente e exclusivamente de Mim(s). Não que Eu(s), ou a minha(s) vida(s), seja de interesse para alguém (além da minha mãe; porque é minha mãe), mas como Eu(s) sou de interesse à mim mesma, falarei sobre mim para mim "que sou meu desconhecido¹".

E vou começar a falar sobre mim a partir das impressões de terceiros.

Um belo dia, desses que não faz chuva nem Sol, nem tá frio nem tá calor, em que você  não está alegre nem triste, Eu(s) estava vivendo as emoções e aventuras que só algumas conversas do  MSN podem proporcionar. Foi então que um grande amigo (pelo menos na época) cismou de se interessar pela minha vida, quer dizer,  pela minha vida não, por Mim(s) mesma, como Ser. E então, eis que veio a definição de uma Wanubya por esse amigo, e veio da forma mais bela que poderia vir:  em melodia com letra e tudo.

Dizia ele estou indo pra Brasília neste país lugar melhor não há  : Wanubya, essa música te descreve. Parece que escreveram pra você!

E a dita cuja da música era: Coisas Que eu Sei, interpretada por Jorge Vercilo e um tal de Dudu Falcão (nunca tinha ouvido falar neste último). Achei lindo um amigo me dizendo que me reconhecia numa música, mais que isso, podia me definir com ela. Mas como assim definir?  Logo Eu(s) que não sou de me prender a nada passível de definições, eu que prefiro sentir a compreender, ia ser definida por uma música de quatro ou cinco estrofes? Então, passada a euforia de alguém ter se interessado pelo meu Ser, que nem é com letra tão maiúscula assim, tratei logo de questionar. Primeiro questionei o amigo, esse insistia que a música era a minha "cara". Foi quando atentei pra uma parte da música que dizia "meu mundo ta fechado pra visitação" . De repente ao invés de questioná-lo passei a me questionar. Como assim? Meu mundo ta fechado pra visitação? Após refletir percebi que o fato era verdade, meu mundo estava fechado para visitação, e o mais incrível de tudo isso é que eu mesma não tinha me dado conta, e que meu amigo sabia mais de Mim mesma que eu. Por alguns segundos fiquei perplexa comigo mesma. Mas é,  parece que é como diz o poeta " Temos amigos para saber quem somos²".

Antes eu dizia: conheço várias de mim e nenhuma delas sou eu. Hoje eu digo: desconheço várias de mim e todas elas sou eu.

¹Frase de Clarice Lispector no livro A Hora da Estrela
² paráfrase de Oscar Wilde no poema Loucos e Santos